segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Preparação Psicológica

Segundo Fleury, o termo psicologia do esporte é utilizado para representar os aspectos psicológicos que envolvem a prática esportiva. Sinteticamente, resume-se no treinamento de habilidades psicológicas, com a utilização de técnicas e procedimentos, baseado no Psicodiagnóstico Esportivo e tem como objetivo o desempenho máximo do atleta.
A psicologia esportiva, além de apoiar a preparação técnico-tática, física e alimentar, também ajuda a melhorar a inteligência e a qualidade de vida dos atletas, pois seus conceitos estão em evolução cada vez mais acentuada, ajudando eles a compreender melhor seu cérebro e a química das suas emoções.
O termo preparação psicológica se refere à totalidade dos métodos, medidas e meios que influenciam direta ou indiretamente os esportistas, fortalecendo suas reações, qualidades e atitudes necessárias para o treinamento bem orientado.
O trabalho de preparação psicológica atua com base na conscientização da mente pelo controle das emoções e é a área mais complexa do Treinamento Desportivo, pois o atleta será treinado para reagir positivamente aos estímulos psicológicos que surgirão, por vezes de modo imprevisto, nas situações de treinamento e competição.
Todo programa de treinamento objetivando melhorar o nível de desempenho de atletas precisa incluir o treinamento de variáveis psicológicas. O atleta de elite sem preparação psicológica adequada, que lhe permita comportar-se bem sob pressão, competir com dor, ter persistência, ter sentimentos positivos, concentrar-se, sentir-se confiante e tranqüilo, terá poucas chances de alcançar bons desempenhos.
Atualmente, nas competições de alto nível, as habilidades esportivas de diferentes lutadores praticamente se igualam. Algumas evidências com lutadores de Judô de elite não registraram diferenças significantes entre titulares e reservas da seleção brasileira de 2004.
Cientes dessas informações, podemos afirmar que os atletas de modalidades de combate precisam mais do que alto nível de treinamento físico e técnico-tático, necessitando estar bem preparados, também, psicologicamente.
A importância dada aos aspectos psicológicos por atletas de Jiu-Jítsu foi constatada em estudo realizado com 68 atletas dessa modalidade (faixas marrom e preta) participantes do Campeonato Estadual de Jiu-Jítsu de 2004 (RJ). Os autores do estudo utilizaram um questionário que continha apenas uma pergunta: “Na sua opinião, o que é preciso para ser um campeão?”. Nele, o atleta poderia expor diversos motivos que o levariam ao sucesso esportivo.
As respostas obtidas foram agrupadas em sete categorias apresentadas adiante, seguidas do percentual alcançado nas respostas dos atletas:
  1. Aspectos psicológicos (concentração, motivação, entre outros) – 25,82%;
  2. Aspectos técnicos/táticos – 25,35%;
  3. Aspectos da preparação física (força, potência, entre outros) – 23,00%;
  4. Aspectos sócio-éticos (respeito aos atletas, humildade, entre outros) – 13,15%;
  5. Fatores externos (sorte, apoio financeiro) – 6,10%;
  6. Aspectos nutricionais – 4,23%;
  7. Aspectos espirituais (fé, Deus) – 2,35%.    
Pelo fato da alta porcentagem obtida em algumas das respostas (acima de 20%), os autores concluíram o estudo afirmando que, para os atletas de Jiu-Jítsu, o sucesso em competições possui relação principalmente com os fatores psicológicos, técnico-táticos e da preparação física.
A preparação psicológica para atletas tem como referência histórica os gregos, que sempre enfrentavam competições com severas exigências mentais e físicas. Em seus treinamentos, eram submetidos a forte sofrimento, que se baseava em treinamentos de muitas horas sem descanso, trabalhos pesados no campo, fome e muitos outros estímulos adversos.
A inclusão de técnicas e exercícios mentais para o treinamento de atletas de alto rendimento no Brasil vem evoluindo a cada ano, assim como ocorreu com a preparação física, e isso é tendência natural do cenário esportivo mundial, sendo fator importante de vantagem competitiva para estimular qualquer atleta à vitória.
Entre brasileiros, a lutadora de Taekwondo Nathália Falavigna contou com este tipo de profissional para os Jogos Olímpicos de Beijing, em 2008, e, somado a isto, conquistou a primeira medalha olímpica nacional na modalidade. A equipe Won-Hyu de Taekwondo, durante o projeto de treinamento de alto nível 2007-2008, contou com psicóloga esportiva, que atendia os atletas no ambiente de treino, na clínica, duas a três vezes por semana, e inclusive nas competições.

Fonte: http://www.prontopraguerra.com.br/capitulos/capitulo-seis-do-livro-pronto-pra-guerra.htm

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